Vamos falar sobre Motivação
- Carina Rodrigues Nave
- 9 de abr. de 2020
- 3 min de leitura
Aposto uma notinha em como, em algum momento da vossa vida, já vos faltou esta malandreca da motivação! Tantas são as vezes em que quero, e/ou preciso, de fazer algo e por algum motivo fico paralisada e não consigo encontrar a força para o fazer. Mas o que é isto? Será que me falta a motivação? O que é isso da motivação? Porque é que precisamos dela? Ou melhor, precisamos mesmo dela?
Aqui vamos nós…

“To be motivated means to be moved to do something”. Esta é uma frase dita por Ryan e Deci no ano de 2000 e que, a meu ver, reflete o que é a motivação: é uma força propulsora (portanto, um desejo) que está por trás de todas as nossas ações. É um conjunto de impulsos que orientam o nosso comportamento em direção a um fim ou a um objetivo. É uma força que nos faz iniciar uma ação (ativa um comportamento), que dirige essa ação (direciona o comportamento para a meta) e nos ajuda a manter a ação durante o tempo necessário para chegar à meta. Além disso, representa também uma necessidade não satisfeita.
É impossível falar de motivação sem falar de necessidades. Porquê? Porque elas definem as nossas metas e objetivos, e influenciam a nossa motivação para alcançar esses objetivos. E como é que isto acontece?
Para explicar este fenómeno podemos fazer uso do contributo de Maslow que criou uma teoria explicativa acerca das necessidades humanas e como as satisfazemos. As nossas necessidades organizam-se na forma de uma pirâmide, em que na base dessa pirâmide, podemos encontrar as necessidades mais básicas do ser humano, as necessidades fisiológicas (como o acesso a comida e água, o sono, o sexo, o conforto físico, entre outras).
No nível acima encontramos as necessidades de segurança, onde se inclui a liberdade, a ausência de poluição, a segurança perante a violência, a permanência no emprego, ter um trabalho seguro, entre outros aspetos.
No próximo nível, estão as necessidades sociais, onde se inclui a família e amigos, grupos sociais de pertença, a comunidade, relações patronais amigáveis, entre outros aspetos.
Um pouco mais acima, temos o nível das necessidades de Estima, onde incluímos aspetos como a aprovação da família e dos amigos, o reconhecimento da comunidade, a responsabilidade, o orgulho, entre outros.
Por último, no nível superior da pirâmide, encontramos as necessidades de autorrealização. Estas dizem respeito a aspetos como a educação, a religião, o crescimento pessoal, à diversidade e autonomia no trabalho, entre outros.
Ora, como podemos perceber, as necessidades vão-se tornando cada vez mais sofisticadas à medida que subimos para níveis superiores. Portanto, para se satisfazer as necessidades de níveis superiores depende da satisfação prévia dos níveis inferiores. Isto é, não podemos satisfazer a necessidade “fazer uma corrida ao ar livre com os meus amigos” (nível social – necessidades de envolvimento social com amigos) se tivermos passado duas noites sem dormir (nível fisiológico – necessidades de sono e repouso).
Pois então, uma necessidade insatisfeita não significa necessariamente um fator de motivação. Uma necessidade transforma-se num fator motivador somente quando as necessidades abaixo dela forem mais ou menos satisfeitas. Pegando no nosso exemplo: se estiverem extremamente cansados porque não conseguem dormir bem há duas noites e receberem um convite para fazer exercício físico, talvez não se sintam propriamente motivados para aceitar o convite. Provavelmente necessitam de descansar, e estarão mais motivados para passar o dia em casa a dormir ou descansar na tranquilidade da vossa casa.
Então, precisamos mesmo de nos sentir motivados? Para mim, sim! Terminando como iniciei, a motivação é uma força que nos empurra para os nossos objetivos. E os nossos objetivos dependem das nossas necessidades. E precisamos satisfazer as nossas necessidades para nos manter equilibrados, realizados e completos.
Deixo-vos como uma dica para quando se sentirem desmotivados: fazer uma análise das vossas necessidades nos vários níveis e se estão ou como estão a satisfazê-las pode ser um processo muito rico de autoconhecimento. Mantendo presente a ideia de que para satisfazer uma necessidade de nível superior, preciso de ter satisfeitas as de nível inferior, podem conseguir descobrir o que está a faltar satisfazer para alcançarem a motivação que precisam para chegar aos vossos objetivos.
Carinhosamente,
Carina
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