Vamos falar sobre Emoções e Ações
- Carina Rodrigues Nave
- 20 de abr. de 2020
- 2 min de leitura
Existe uma vantagem de sobrevivência em ser capaz de reconhecer e agir com base nos nossos estados fisiológicos, como a fome, a sede ou a dor. Autores como Damásio e Carvalho dizem-nos que os sentimentos são “experiências mentais dos estados corporais” e as ações ou impulsos que estes (felizmente) motivam promovem a homeostase. Por exemplo, se estivermos muito quentes, somos motivados a "corrigir" isso, movendo-nos para algum lugar mais fresco. Ou podemos "corrigir" a fome ao comer um belo prato de comida.

Portanto, as emoções motivam-nos para agir! Diferentes emoções levam-nos a desenvolver diferentes tipos de ações. O problema é que as nossas emoções nem sempre são um guia perfeito para o nosso comportamento. Muitas pessoas desenvolvem ações para "corrigir" sentimentos que, inadvertidamente, levam à manutenção das suas dificuldades. Nós podemos escolher ouvir o que as nossas emoções nos estão a dizer, mas não precisamos de reagir SEMPRE em função do que elas nos transmitem.
Por isso, saber reconhecer as nossas emoções e o tipo de ações que estas nos podem motivar a adotar é extremamente importante para nos ajudar a ganhar controlo sobre nós mesmos, autoconhecimento, autonomia e confiança no momento de tomar a decisão de agir.
Vejamos agora alguns exemplos:
A alegria e a felicidades podem motivar-nos a partilhar, a estar com outros, a ser participativos.
O medo pode motivar-nos a fugir.
A tristeza pode motivar-nos a isolarmo-nos, a refletir, a ruminar ou a procurar conforto.
A raiva pode motivar-nos a atacar, ser agressivos, defendermo-nos.
A culpa pode motivar-nos a remendar ou reparar o que fizemos de errado.
A vergonha pode motivar-nos a escondermo-nos, a manter segredos, a punirmo-nos.
O nojo pode motivar-nos a retirarmo-nos, a manter uma distância ou a limparmo-nos.
A compaixão, empatia ou simpatia pode motivar-nos a oferecer conforto e estar com a outra pessoa.
A humilhação pode motivar-nos a escondermo-nos.
A confusão pode motivar-nos a verificar as coisas ou paralisar-nos face à indecisão.
A impotência pode motivar-nos a desistir.
A indiferença pode motivar-nos a ignorar.
O afeto pode motivar-nos a dar amor e a soltarmo-nos.
Hoje desafio-vos a refletir sobre o papel das emoções na vossa vida e nas vossas dificuldades, respondendo a estas questões:
O que é que eu sinto em demasia?
O que é que eu sinto menos do que gostaria?
O que é que as minhas emoções me impedem de fazer?
O que é que as minhas emoções me motivam a fazer bastante?
Em que parte do meu corpo eu sinto mais as minhas emoções?
O que é que é realmente importante para mim?
Se eu estivesse a viver a minha vida da forma que eu realmente quero, o que é que eu estaria a fazer mais?
Se quiserem, partilhem comigo a vossa reflexão!
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