Vamos falar sobre Autossabotagem
- Carina Rodrigues Nave
- 9 de abr. de 2020
- 3 min de leitura
Hoje falo-vos da estranha necessidade que por vezes temos de nos autossabotar!
Mas que raio é isto? Porque o fazemos? Que necessidade teríamos nós de travar o nosso próprio caminho para melhores fins? Será que estamos mesmo a autossabotar? Não nos estaremos a proteger?
Hoje espero responder a algumas destas perguntas…

A sabotagem é nada mais do que a oposição ou obstrução mais ou menos dissimulada face a algo (como por exemplo projetos, ordens, decisões, entre outras coisas). Quando falamos de autossabotagem, falamos desta mesma oposição ou obstrução face a nós mesmos; portanto, a algo pessoal, mas que acontece de forma inconsciente. Inconscientemente opomo-nos aos nossos próprios projetos, ideias, decisões, ao ponto de obstaculizarmos o nosso sucesso!
Como é que fazemos mesmo isto? A que comportamentos dá isto origem? Então… não acabar as coisas que queremos, temos ou devemos fazer, abandonar planos com base em “desculpas esfarrapadas” (ou não tão esfarrapadas mas que não têm tanta importância quanta a que queremos fazer parecer), procrastinar e adiar as nossas obrigações ou projetos até à última, não terminar as nossas tarefas ou projetos com base no perfeccionismo excessivo (aquela velha máxima do “se é para fazer é para fazer perfeito se não não faço”). E o pior é que muitas vezes estes são apenas pretextos para mascarar o medo do fracasso! Do fracasso, ou mesmo do sucesso...
Estes comportamentos de oposição baseados em atrasar ou evitar de forma irracional ou injustificada os nossos objetivos ou tarefas podem causar diversos prejuízos: podem causar stress, ansiedade, desgaste na autoestima, sentimentos de culpa, atrasos, tarefas inacabadas, perda de oportunidades, entre outros mais, embora tenham na sua origem um suposto benefício – proteger-nos do fracasso, do ridículo, dos nossos próprios medos. Por isso, muitas vezes temos em mente realizar uma tarefa ou objetivo, mas em vez de trabalhar para ele, começamos por identificar toda uma panóplia (muitas vezes desproporcional) de tarefas prévias ao verdadeiro objetivo, com o fim último de simplesmente aliviar a pressão e evitar o mal-estar. Afinal, se eu não acabo nada do que faço, nunca terei de ser confrontado com a possibilidade de fracassar, de não corresponder ao pedido ou às expectativas, ou mesmo nunca terei de lutar pelo meu sucesso!
Ainda assim, o medo do fracasso (ou do sucesso, como já vimos) não é a única causa para nos autossabotarmos. Dificuldades de concentração, falta de motivação, burnout, baixa autoestima e autoconfiança também podem levar a que tenhamos estes comportamentos de oposição face a nós mesmos.
Mas há ainda outro fator em jogo! E este tem a ver, simplesmente, com a linguagem. Ora vejamos, se eu vos disser para não pensarem num urso branco, qual é a primeira coisa em que vocês vão pensar?! Pois é… a nossa mente não consegue processar factos negativos! Ou seja, a primeira coisa que o meu cérebro faz é pensar no urso branco para esclarecer a imagem mental e depois então, aí sim, apagar essa imagem.
Sempre que nos focamos naquilo que não queremos em vez de naquilo que queremos, forçamos a nossa mente a focar-se exatamente naquilo que não queremos. Se eu pensar repetidamente que não quero falhar, a minha mente vai ser forçada a focar-se exatamente na possibilidade de falhar. Se eu me concentrar em pensar em coisas que me levem ao sucesso, então a minha mente foca naquilo que eu preciso de fazer para chegar onde quero. Com esta tendência para valorizar o que não se quer, acabamos a concentrar a nossa atenção (consciente ou inconscientemente) naquilo que queremos evitar.
Talvez possamos, se quisermos, começar por alterar a forma como falamos para nós próprios… para dar o primeiro passo em direção ao sucesso!
Carinhosamente,
Carina
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